As problemáticas infantis apresentam-se muitas vezes como um desafio para a psicoterapia: com um tipo de raciocínio e uma vivência emocional muito distinta dos adultos, por vezes é muito difícil “chegar” a uma criança com dificuldades.
As dificuldades infantis atormentam também os pais, que depois de esgotados os seus próprios recursos, decidem procurar ajuda.
A psicoterapia pelo movimento, pela grande relevância que dá à comunicação não verbal, representa uma ferramenta poderosa no trabalho com crianças, quer em termos de facilitar a sua expressão, tornando o seu mundo tangível ao adulto (neste caso, a psicoterapeuta), quer na utilização de técnicas e ferramentas terapêuticas que facilmente são entendidas e integradas pelas crianças – a empatia quinestética, o espelhar o movimento, o jogo simbólico, o desenho, etc.
Muitas vezes não dotadas de uma linguagem verbal que lhes permite comunicar todo o seu mundo interior e estabelecer relações positivas, a utilização do corpo e da sua linguagem – o movimento, permite a muitas crianças o estabelecimento de uma relação terapêutica de confiança, que proporcionará o desenvolvimento de formas distintas de relacionamento e de conhecer e gerir as suas próprias dificuldades.
A psicoterapia pelo movimento permite também devolver aos pais uma visão distinta dos seus filhos, e experimentar, também eles, uma nova forma de comunicação, que muitas vezes derruba barreiras comunicacionais instaladas e que pareciam intransponíveis.